Freud dizia que há dois tipos de arte: uma centrada no pôr e uma
centrada no tirar. Pensando nessas palavras, podemos comparar um quadro
de pintura e uma escultura. No quadro, a arte é centrada no pôr, o
artista preenche uma tela vazia com tintas, formando então a arte. Na
escultura, a arte é centrada no tirar, o artista vai tirando lascas da
pedra, formando assim a arte. A psicanálise é a arte do tirar. Em
dados momentos, as pessoas buscam aconselhamento, porém, na maioria
das vezes, o fato, é que as pessoas se sentem bloqueadas e o
verdadeiro problema não é a falta de aconselhamento ou pensamentos,
mas sim, o excesso de conceitos, conselhos e pensamentos que acaba por
trazer a confusão mental e emocional. Portanto, podemos comparar essa
situação a um quarto fechado, empoeirado, cheio de móveis velhos, de
modo que não é possível transitar livremente e se sentir a vontade
neste quarto. A função da psicanálise, então, não é por mais móveis lá
dentro, mas sim esvaziar e limpar para que o espaço fique disponível,
aconchegante e habitável.
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